segunda-feira, 4 de julho de 2011

Tipos de Gordura


As gorduras são fontes de energia para o organismo, compõem estrutura das células, mantém a T° corporal, formam hormônios, transportam vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e são fonte de substâncias essenciais. Sendo assim, são importantes para o funcionamento saudável do corpo. Mas deve-se ficar atento ao tipo e quantidade de gordura a ser consumida diariamente.
Existem diferentes tipos de gordura, que são mais ou menos prejudiciais à saúde:
*   As saturadas (semi sólidas em t° ambiente) encontradas em produtos de origem animal (manteiga, banha, carne e seus derivados, leite e laticíneos integrais)  e de origem vegetal (óleo de coco) devem ser consumidas moderadamente, pois estas aumentam as taxas de colesterol sanguíneo e riscos de doenças cardiovasculares.
*   As insaturadas (líquidas em t° ambiente) são divididas em subgrupos: monoinsaturadas, encontradas em óleos vegetais (oliva, canola, milho e arroz), azeitona, abacate e oleaginosas (amêndoa, nozes e castanhas) e polinsaturadas, disponíveis em óleos vegetais (soja, algodão, milho, girassol e linhaça), óleos de peixes, e peixes. Esses tipos de gordura não causam problemas à saúde se o consumo for moderado. Muito pelo contrário, ajudam a reduzir e/ou produzir níveis normais e desejáveis de colesterol total.
*   As gorduras trans são provenientes de um processo industrialização de alimentos, a hidrogenação de óleos vegetais. São utilizadas na fabricação de biscoitos, salgadinhos, chocolates, bolos e margarinas. No organismo as gorduras trans tem efeito semelhante ao da gordura saturada, favorece o aumento do colesterol sanguíneo, prejudicando a saúde cardiovascular. Atualmente, a indústria de alimentos está aperfeiçoando as técnicas e produtos para a fabricação de seus produtos, e diminuindo e/ou substituindo a gordura trans.

   Todos os nutrientes são importantes e indispensáveis para o bom funcionamento do organismo e para manter a saúde. Deve-se ficar atento com as quantidades, tipos de alimentos (qualidade) e frequência com que são consumidos.

(Nutricionista - Anna Carolina Reis de Camargo)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Músicos Engajados


 *adendo: O projeto Oleo Pra Vida conta com a participação de 2 músicos na sua coordenação.


13/03/2006
Dar voz ao povo é o que querem estes artistas

 

Quem conhece a banda irlandesa U2, que se apresentou recentemente no Brasil, pode pensar que dos grandes músicos internacionais, eles são exceção quando o assunto é usar a arte para divulgar valores e ideais relacionados aos direitos humanos e à paz. A verdade, porém, é que essa façanha não é exclusividade de Bono e seus companheiros, mas de uma leva de bons músicos cuja quilometragem na estrada do pop/rock é bem extensa.
Embora seu nome não esteja no topo das manchetes ultimamente - como é o caso de seu colega Bono -, Sting se consagrou nesta linha de ação. Ele é um dos grandes músicos que lutam pela conquista de melhores condições de vida em países afligidos por guerras e nações onde a vida vale pouco ou quase nada. Mas esse espírito não acompanhava o cantor quando ele ainda dava seus primeiros passos na calçada da fama, fato que diferencia sua militância em relação à da banda irlandesa U2, que surgiu para mundo cantando os problemas vividos na Irlanda e a crise entre católicos e protestantes no seu país.
No início de sua carreira, à frente do The Police, Sting era a estrela de uma das bandas mais famosas da década de 80. Os sucessos ficaram por conta de Donït Stand So Close to Me; Every Little Thing She Does is Magic; Wrapped Around Your Finger; e a inesquecível Every Breath You Take. Já o seu engajamento, por assim dizer, ficou evidente no começo de sua carreira solo, em 1985, com o álbum The Dream of The Blue Turtle e, mais tarde, com o álbum All This Time. Este trabalho foi uma síntese de emoções e o resultado do compromisso com sua luta pela igualdade. Por este motivo, Sting é considerado um dos mais respeitados artistas e defensores dos direitos humanos.
Brasil: os engajados de hoje
No Brasil, país que não sofre com guerras, mas sim com a violência, exclusão social e preconceito racial, os artistas engajados são, na maior parte das vezes, aqueles que tiveram suas raízes na periferia.
Protagonistas deste cenário são bandas do movimento rap que trazem em suas letras as mazelas de um povo renegado à margem da sociedade.
Vale ressaltar o trabalho do rapper Rappin Hood, da comunidade de Heliópolis, em São Paulo, o rapper Gabriel o Pensador, até bandas como O Rappa, uma das mais famosas do país que, além de ser engajada em suas letras, procura passar uma mensagem por meio dos projetos sociais que desenvolve em comunidades carentes do Rio de Janeiro.
O rock nacional que em tempos de ditadura encontrou inúmeros representantes para militar sobre crise política e direitos humanos anda hoje meio apagado, mas ainda assim encontra vozes para representá-lo. A cantora baiana Pitty anda inquieta com a crise política que assola o país e deu um jeito de traduzir sua insatisfação em seu álbum Anacrônico. O destaque do trabalho fica por conta da música Não quero Amarras, em que fala sobre uma guerra civil não declarada em nosso país.
O professor da Faculdade de Direito da UnB (Universidade de Brasília) e vice-diretor do NEP (Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos) Alexandre Bernardino lembra que uma das maiores bandas do século XX, The Beatles, além de John Lennon - o mais conhecido defensor da paz no mundo -, contava com outro nome de peso na promoção destes valores na banda: o introspectivo George Harrison, que morreu em decorrência de um câncer em 29 novembro de 2001. O músico levou o grupo para um lado mais místico, o que fica visível a partir do disco Rubber Soul, lançado em dezembro de 1965. Na música Norwegian Wood, o guitarrista utiliza pela primeira vez a cítara, instrumento que introduziu após ter contato com a música indiana. Nessa época, George Harrison tornou-se simpatizante do hinduísmo e do movimento Hare Krishna.
Ofuscado pelo brilho da dupla John Lennon e Paul Mccartney, o trabalho de Harrison e seus valores, tão preciosos quanto os de Lennon, ficaram muito evidentes em sua carreira solo. Assim como nos Beatles, sua música aliava diferentes instrumentos que remetiam a outras culturas e religiões, suas letras traziam críticas sociais e suas apresentações eram muito expressivas neste sentido. Entrou para a história o primeiro show beneficente organizado por Harrison, em 1971, em Nova Iorque. O evento Concerto para Bangladesh!, foi promovido para ajudar as vítimas de uma sangrenta guerra civil no país asiático.
De que vale esse engajamento?
O engajamento de qualquer artista de projeção em qualquer tipo de causa tem relevância porque são pessoas que inspiram e que muitas vezes são utilizadas como espelho. "Não é que as causas dos direitos humanos, sociais ou ecológicos dependam da participação deles, mas eles têm uma projeção de mídia que consegue pautar a imprensa com os assuntos aos quais se referem", diz Bernardino.O engajamento destes artistas permite que assuntos de grande impacto social acabem sendo discutidos pela população, levando todos a abrirem os olhos para o que acontece ao redor do mundo. ? uma maneira de "denunciar" aquilo que deve ser modificado ou protegido. Mesmo as bandas politicamente incorretas e, muitas vezes, taxadas de encrequeiras/revolucionárias, também acabam se valendo de temas polêmicos como o racismo, o preconceito social e a exclusão para passar sua mensagem. ? o caso da extinta banda underground norte-americana Rage Against The Machine, que em suas letras falava sobre apartheid, revoluções e guerras, entre outros temas nesta mesma linha.
Tais atitudes podem ser consideradas simples estratégias de marketing. Os próprios membros do setor admitem que essa é uma medida corriqueira utilizada pelo mercado fonográfico na expectativa de obter mais espaço na mídia. "Perde-se ou ganha-se público em função de um determinado tipo de direcionamento político. Logo, há mesmo o risco de tudo ser puro marketing", diz o prorfessor da UnB. "O difícil é separar quem faz o jogo ou não", opina o professor do Departamento de Música da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Amauri Iablonovski.
Bernardino dá a solução para separar o joio do trigo: é preciso ver a coerência da figura artística ao longo de seu processo histórico. "Se for só da boca para fora, ou seja, as atitudes individuais não forem coerentes com o que o artista prega, ou com a própria construção da carreira, ficará clara a contradição. E vai pegar mal", diz.
? preciso ter em mente que o mercado transforma tudo em mercadoria, até mesmo coisas feitas com boas intenções viram produto para consumo, alerta Bernardino. Mas, marketing ou não, existe um grande valor em tentar atingir o público com este tipo de mensagem, especialmente os jovens que, no futuro, serão responsáveis pelo direção política dos países. "Pregar ideais de paz, seja com enfoque político, social ou religioso, pode abrandar as partes para que não aconteçam conflitos. ? o caso do U2. Quem já é fã da banda o é graças a sua qualidade musical, mas também, pelos seus ideais de paz", afirma o professor da UFRGS.
"O passo destes artistas é válido na medida em que eles pregam uma inversão dos valores vigentes atualmente, ou seja, menos individualismo, menos consumo e mais sentido de sociedade. ? preciso lembrar, no entanto, que os artistas só dão o incentivo. No final das contas, é a sociedade que faz a diferença neste processo", conclui Bernardino.

Fonte: Site Universia